(C) OpenDemocracy This story was originally published by OpenDemocracy and is unaltered. . . . . . . . . . . Até onde chegará Milei? [1] [] Date: 2024-02 Javier Milei calculava que sua melhor chance de triunfo seria ganhar no primeiro turno das eleições presidenciais argentinas. No entanto, sua vitória no segundo turno não chocou. Após a reação inesperada do peronismo no primeiro turno e a vitória de Sergio Massa, que obteve 37% dos votos sobre os 30% de Milei, as pesquisas mostravam que o resultado seria ajustado. Muitos analistas previram que uma porcentagem significativa dos eleitores que optaram pela direita tradicional representada por Patricia Bullrich no primeiro turno, que obteve 24% dos votos, se juntaria às outras forças minoritárias em sua rejeição a Milei. Não poderiam votar nesse louco, argumentaram. Massa, candidato do partido governista, tentou justificar sua performance como ministro da Economia que não conseguiu conter a inflação e melhorar os indicadores econômicos quando o kirchnerismo, alarmado com os custos eleitorais da crise econômica, tentou remediar a situação nomeando um político com um longo histórico e uma reputação de confiabilidade e boa administração. Durante a campanha, Massa tentou se distanciar o máximo da gestão do governo atual, enquanto Milei tentou diluir suas propostas mais polêmicas e firmou uma aliança com a direita tradicional, promovida pelo ex-presidente Mauricio Macri. Essa aliança da direita com a extrema-direita funcionou nas urnas, com uma vitória esmagadora de 12 pontos e 3 milhões de votos para Milei sobre Massa (56% contra 44%), refletindo uma transferência quase automática de votos conservadores de Bullrich para o candidato libertário. A questão agora é: prevalecerá um conservadorismo pragmático ou a política de mudança radical proposta por Milei? À luz do que aconteceu nos Estados Unidos com Donald Trump e no Brasil com Jair Bolsonaro, a chance de o extremismo do presidente eleito prevalecer são altas, embora nem os EUA nem o Brasil tenham enfrentado um desequilíbrio macroeconômico do calibre do da Argentina (o FMI teve que intervir 22 vezes na economia argentina desde 1958), que atualmente vive com uma taxa de inflação anual de 143% e uma dívida de US$ 44 bilhões com o FMI. Milei declarou que não haverá "gradualismo" e que implementará seu plano de choque imediatamente. A primeira reação dos mercados financeiros à vitória de Milei em Wall Street foi positiva, e as notícias sobre a privatização de grandes empresas, como a petrolífera YPF e os meios de comunicação públicos, geraram expectativas. Mas a incerteza é grande. Se Milei tentar levar a cabo seu plano-bandeira de dolarizar a economia, os detentores de pesos terão de convertê-los em dólares antes que os controles de capital sejam suspensos. De acordo com o Financial Times, isso será seguido por uma grande desvalorização que terá um efeito devastador sobre a relação entre a dívida e o PIB, que já é muito negativa. [END] --- [1] Url: https://www.opendemocracy.net/pt/javier-milei-argentina-ate-onde-chegara/ Published and (C) by OpenDemocracy Content appears here under this condition or license: Creative Commons CC BY-ND 4.0. via Magical.Fish Gopher News Feeds: gopher://magical.fish/1/feeds/news/opendemocracy/