(C) OpenDemocracy This story was originally published by OpenDemocracy and is unaltered. . . . . . . . . . . Crise climática assola o Brasil em 2023 – mas traz oportunidades [1] [] Date: 2024-02 O Brasil não tem infraestrutura para fazer frente à emergência climática. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva vem sendo duramente pressionado devido aos catastróficos incêndios que assolam a região amazônica há dois meses. No entanto, a solução vai muito além do governo atual – e das fronteiras do país. A pior estiagem que o Amazonas vive em 121 anos secou o Rio Negro, interrompendo o transporte não apenas de pessoas, mas também de recursos básicos como medicamentos, comida e água. A crise colocou os holofotes no governo do Partidos dos Trabalhadores (PT), que se elegeu em outubro do ano passado com promessas de priorizar a defesa do meio ambiente. Em outubro, o governo liberou cerca de R$ 650 milhões para o combate à seca na região Norte, valor que já foi ampliado para quase $700 milhões. Na última sexta-feira, 10 de novembro, o governo também aumentou de R$ 35 milhões a R$ 45 milhões o valor que cada um dos nove estados da Amazônia Legal pode acessar do Fundo Amazônia. O Ibama também anunciou um aumento de 18% no número de brigadistas para fazer frente às queimadas. No entanto, para muitos a resposta do governo Lula tem sido insuficiente. “Toda a população brasileira (poderia ser chamada) para ser brigadista e ainda assim não seria suficiente para combater incêndios na Amazônia. A área é muito grande, com lugares de difícil acesso, um trabalho árduo”, disse ao Estadão a pesquisadora da Universidade de Oxford Erika Berenguer. What do you think? Win a £10 book voucher for sharing your views about openDemocracy. Tell us A crítica da especialista, assim como a oposição que defende que a resposta do governo fica aquém da gravidade da situação, aponta para a necessidade de um planejamento e preparação abrangentes capazes de prevenir consequências de eventos climáticos extremos em vez de mitiga-las. O Brasil de fato está muito longe disso. O próprio governo reconhece. “Obviamente a gente tem de se planejar melhor, ter estruturas melhores”, admitiu o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Mas essa estrutura não se constrói em alguns anos, muito menos em alguns meses. O cenário se vê ainda mais complicado devido ao desmantelamento dos órgãos e legislação dedicados à proteção do meio ambiente desde a saída do PT do poder em 2016, que aumentou de forma exponencial entre 2019 e 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro. Em vez de pensar a longo prazo, o Brasil agora está em fase de reconstrução da estrutura básica de proteção ambiental, algo que Lula vem fazendo desde o começo de seu mandato em janeiro. Mas o presidente tem oportunidades únicas de reposicionar o Brasil na luta global contra as mudanças climáticas. 2023: ano com mais desastres naturais A seca histórica não é um fato isolado. Esse ano foi marcado por outros fenômenos climáticos históricos, agravados por um El Niño particularmente forte ano. Fazendo contraste à seca e aos incêndios do Norte, o Sul e o Sudeste vêm sendo assolados por chuvas e inundações. O ciclone extratropical de setembro na região Sul causou pelo menos 51 mortes e danos de R$1,3 bilhões, se convertendo no pior desastre natural em seis décadas no Rio Grande do Sul. Outros dois ciclones, em junho e em julho, já haviam causado mortes e deixado lastro de destruição. Apesar do fenômeno ser comum, os ciclones estão cada vez mais fortes. [END] --- [1] Url: https://www.opendemocracy.net/pt/crise-climatica-assola-brasil-2023-mas-traz-oportunidades/ Published and (C) by OpenDemocracy Content appears here under this condition or license: Creative Commons CC BY-ND 4.0. via Magical.Fish Gopher News Feeds: gopher://magical.fish/1/feeds/news/opendemocracy/