(C) OpenDemocracy This story was originally published by OpenDemocracy and is unaltered. . . . . . . . . . . Nicolás Maduro busca conflito na Guiana para se perpetuar no poder [1] [] Date: 2024-02 O principal objetivo de um autocrata é permanecer no poder indefinidamente. Nessa busca, ele permanece sempre alerta para aproveitar qualquer oportunidade que surja ou para provocar uma crise que aumente o fervor nacionalista e o reforce como um líder carismático capaz de defender seu povo e conduzir a nação à dignidade e à vitória. Para isso, um conflito de fronteira, provocado ou não, pode ser uma ferramenta particularmente útil em tempos de tribulação. Vimos isso com Putin na Ucrânia (invasão em grande escala) e com Netanyahu em Gaza (reação exagerada a um ataque terrorista); vimos isso com a junta militar argentina nas Malvinas e podemos ver isso agora na Venezuela. A reivindicação de soberania de Nicolás Maduro sobre o território de selva escassamente povoado conhecido como Essequibo, em disputa com a Guiana, seu vizinho ao sul, contém elementos comuns aos exemplos citados acima. Embora seja improvável que esse novo conflito de fronteira leve a uma guerra em grande escala, em um mundo particularmente instável, com tensões geopolíticas em alta, brincar com fogo pode provocar um incêndio na região. É importante ressaltar que a Venezuela é aliada da Rússia, que lhe fornece armas, do Irã, com quem compartilha interesses estratégicos, e da China, que oferece crédito financeiro para a Venezuela em troca de petróleo e, ao mesmo tempo, mantém negócios lucrativos com a Guiana. A situação interna da Venezuela é muito desfavorável aos interesses de Maduro, cuja popularidade está no fundo do poço às vésperas de um ano eleitoral que decidirá a presidência da República. O surgimento da líder da oposição María Corina Machado, que ganhou as primárias de 22 de outubro e demonstrou real capacidade de desafiá-lo para a presidência, deixou Maduro nervoso. O regime venezuelano havia se comprometido com a comunidade internacional a facilitar as condições para a realização de eleições livres e justas. Em troca de garantias no processo do próximo ano, os Estados Unidos suspenderam algumas sanções, especialmente sobre o vital setor petrolífero venezuelano, facilitando a operação na Venezuela de algumas empresas petrolíferas americanas no país. No entanto, em vista da força crescente de Machado como uma alternativa real (embora exista um processo que visa torná-la inelegível, que ela não reconhece), Maduro reagiu ordenando a prisão de uma dúzia de oponentes importantes. O Monitor Civicus recentemente reclassificou o espaço cívico da Venezuela para "fechado", juntando-se a Cuba e Nicarágua na América Latina. [END] --- [1] Url: https://www.opendemocracy.net/pt/nicolas-maduro-conflito-esequibo-guiana-venezuela/ Published and (C) by OpenDemocracy Content appears here under this condition or license: Creative Commons CC BY-ND 4.0. via Magical.Fish Gopher News Feeds: gopher://magical.fish/1/feeds/news/opendemocracy/