(C) OpenDemocracy This story was originally published by OpenDemocracy and is unaltered. . . . . . . . . . . SARI HANAFI: Sobre a guerra em Gaza [1] [] Date: 2024-02 Sua maneira de tornar os criminosos anônimos os torna cúmplices. Sua recusa prolongada em lamentar as crianças e os civis palestinos que foram mortos viola os valores liberais que tanto promovem. Quantas vezes ouvimos que o Hamas quer destruir Israel sem perguntar como Israel está efetivamente destruindo os territórios palestinos ocupados? Alguns desses países (especialmente a Alemanha e a França) não apenas apoiam o projeto colonizador israelense, mas também proíbem qualquer manifestação ou porte de bandeira palestina ou de Kofiyya. Defendem a noção de que submeter Israel aos mesmos padrões do direito humanitário internacional que usamos para avaliar a conduta do Hamas é antissemita. Eles aceitam que o direito de Israel de existir equivale ao direito de Israel de aniquilar o povo palestino (seja em massa, como em Gaza, ou lentamente, como na Cisjordânia). Gaza continua sendo um território ocupado de acordo com a quarta Convenção de Genebra, o que transfere a Israel a responsabilidade primária de proteger a população civil ocupada. Esse enquadramento torna inaplicável o discurso de "guerra" de Israel e o "direito de autodefesa". Isso não diz respeito apenas aos políticos que se preocupam com grupos de interesses necessários para sua reeleição, mas também a muitos acadêmicos. Atualmente, podemos ler críticas às ações israelenses em Gaza no jornal israelense Haaretz mais do que em muitos jornais europeus. Até mesmo a Associação Sociológica Israelense é mais crítica em relação à violação israelense das leis internacionais do que outras associações nacionais na Europa. Todos nós nos lembramos de como Robert Badinter promulgou, com razão, a abolição da pena de morte na França em 1981. Mas sua esposa Élisabeth Badinter, filósofa e feminista, com sua recente declaração promulgou a pena de morte coletiva para o povo de Gaza. Não é preciso dizer que no Ocidente há acadêmicos honestos e defensores dos direitos humanos como Craig Mokhiber, diretor do escritório de Nova York do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos (ACNUDH). Ele renunciou em 31 de outubro através de uma carta de demissão contundente na qual criticou a cumplicidade da ONU e do Ocidente com os abusos israelenses. No entanto, testemunhamos um novo fenômeno: pela primeira vez, as universidades americanas têm forte apoio à luta do povo palestino e o mesmo apoio na Europa. Vemos diversas petições assinadas por centenas, até mesmo milhares, de acadêmicos ocidentais contra a guerra em Gaza e pedindo o fim da ocupação dos territórios palestinos, apesar da caça às bruxas contra professores e pesquisadores no Reino Unido, na França e na Alemanha por simplesmente publicarem nas redes sociais seu ponto de vista, considerado uma "apologia ao terrorismo". Atualmente, as autoridades políticas ocidentais contam com os chamados líderes árabes moderados para pacificar os palestinos enquanto esse projeto colonizador se concretiza. Elas confiaram no acordo saudita-israelense, que teria secado o financiamento dos setores privado e estatal sauditas e pressionado os palestinos a aceitar menos do que uma solução justa para sua situação. No mês passado, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou com confiança: "A região do Oriente Médio está mais tranquila hoje do que esteve em duas décadas". [END] --- [1] Url: https://www.opendemocracy.net/pt/sobre-a-guerra-em-gaza-israel/ Published and (C) by OpenDemocracy Content appears here under this condition or license: Creative Commons CC BY-ND 4.0. via Magical.Fish Gopher News Feeds: gopher://magical.fish/1/feeds/news/opendemocracy/