Da marcha dos povos, e do arrastar dos povinhos chegam-nos confortos novos e novos progressinhos. Mas se a marcha do progresso é assim de escorreita, faltarão evidências para quem dela não se aproveita. Diz o ditado dos expeditos que o servo será um dia capataz ou mesmo proprietário. Mas então quem fica para trás? Só mesmo o otário. Resta então apenas subir nesta escada dita sem fim, côa esperança de aterrar um dia num sofá de marfim. Não me tomeis por erudito não sou mais que um pacóvio. Talvez um tanto exigente, mas isso é só cansaço e ódio. Porquê tanta negatividade? Porque não? perguntu eu. É ingrato ser-se revolucionário, quando a revolução já morreu. E estes versos que aqui escrevo, nada trazem de novidade, não passam de uma lembrança, vestida d'infantilidade. Sintra, Setembro 2020